sexta-feira, 29 março 2024

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Autoridades marítimas ultimam preparativos técnicos para início da trasfega das 70 toneladas de combustíveis do Deimos

As autoridades marítimas nacionais estão a ultimar os preparativos técnicos para iniciar, ainda hoje, se possível, a trasfega das 70 toneladas de gasóleo do Deimos, encalhado no dia 13 de Novembro no porto de Vale dos Cavaleiros.

O vogal executivo do Instituto Marítimo Portuário (IMP) Manuel Claudino Monteiro, disse hoje que os oito dias de muito trabalho da equipa multidisciplinar, envolvendo várias pessoas e instituições públicas e privadas, e muitos meios, recursos, empresas privadas e a própria tripulação do navio, foi para viabilizar a operação e poder ter as condições mínimas para dar início à operação.

O processo, que não foi desencadeado imediatamente após o encalhe e só depois de oito dias de trabalho, que permitiu mobilizar os equipamentos suficientes para garantir a operação de trasfega, que deve iniciar “ainda hoje, e se houver algum constrangimento em termos de montagem, o processo inicia-se no sábado de manhã”, segundo Manuel Claudino Monteiro.

Depois de uma semana, este tranquiliza o país de que com as medidas adoptadas ao longo dos oito dias de forma progressiva têm permitido manter o navio numa situação ainda estável para não ter um risco eminente de poluição.

“Hoje estamos numa fase crucial que é completar as condições técnicas de segurança para iniciar a operação de trasfega de cerca de 70 mil litros de gasóleo que estão nos tanques de navio para o rebocador Monte Cara que está atracado no porto para dar apoio a esta operação e para outros equipamentos mobilizados, nomeadamente mais de duas centenas de bidões chegados da Cidade da Praia”, disse.

Segundo o vogal executivo do IMP, as medidas adoptadas até este momento têm a ver com tamponar de alguns furos que o navio sofreu no fundo, de forma provisória, e uma pequena movimentação da parte da carga a bordo para ter acesso a algumas bocas dos tanques onde estão os combustíveis, sublinhando que a equipa de trabalho tem à sua disposição bombas, mangueiras (mais de 400 metros), compressores, cabos eléctricos, bidões, entre outros.

O navio, explicou, já tem energia a bordo a partir do gerador colocado no porto, e na manhã de hoje procedia à conexão de uma mangueira para permitir a trasfega do mesmo para terra, um trabalho que, segundo o responsável, “tem sido feito com muita discussão técnica e muita análise de planos de navios, com muitos pareceres técnicos e ouvindo os responsáveis da Enapor, IMP, armador, agente do navio e seguradora”.

Por volta das 11:00 de hoje, estava a bordo uma equipa técnica composta por mergulhadores e técnicos especializados na área naval para fazer o levantamento e apresentar às autoridades marítimas nacionais o plano de salvamento para ser analisado e aprovado.

A remoção de carga não está prevista neste momento, sendo que a prioridade e objectivo passa pelo evitar a poluição marítima, referiu aquele responsável, indicando que o vestígio de gasóleo deve-se ao facto de alguns tanques estarem furados e com entrada e saída de água do mar, em função do estado do mar, leva óleos e lubrificantes, observando que para um navio que tem 70 toneladas de gasóleo a bordo, manter a situação como está, sem poluição ambiental, até este momento, “é de se agradecer”.

O número de furos aumentou, não em termos de dimensão, mas em quantidade, porque o navio está assente sobre rocha, mas sem gravidade, observando que o plano de estabilidade para salvamento do navio vai calcular todos os aspectos para saber como se proceder o salvamento, que é uma operação técnica que tem de ser feito contando com a quantidade da água do mar que está no interior do navio, sendo que a casa de máquina está inundada.

O “timing” para a retirada do navio Deimos do local ainda não está definida, mas Manuel Claudino Monteiro avançou que “não será nos próximos quatro dias”, porque a empresa que deve realizar este trabalho chega sábado a ilha do Fogo para fazer o plano que será apresentada às autoridades nacionais para aprovação.

Trata-se de uma empresa estrangeira contratada pela seguradora, através de um concurso, porque há mais de uma empresa interessada, referiu Manuel Claudino Monteiro, indicando que é um aspecto comercial que não preocupa as autoridades marítimas cabo-verdianas, mas que deverá ter capacidade técnica e recursos para apresentar um plano de salvamento do navio.

Questionado sobre os custos das operações, o vogal executivo do IMP indicou que o expediente marítimo tem custos diversos e que o aspecto de sinistro marítimo está devidamente salvaguardado e tem vários tipos de seguros que cobre os acidentes.

“A nossa preocupação maior e que é difícil de cobrir é a ocorrência de danos ambientais, e que mesmo pagando indeminizações financeiras, o prejuízo ambiental nunca é reparado no seu todo e a 100 por cento”, disse o responsável do IMP, razão pela qual a equipa está a trabalhar para que não haja danos ambientais.

Inforpress/Fim

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