terça-feira, 19 março 2024

H História de São Filipe

História de São Filipe

São Filipe é a capital da ilha do Fogo, cidade mais importante da ilha na qual se encontra uma serie de equipamentos utilizados por pessoas de outros municípios da ilha, Mosteiros e Santa Catarina, e inclusive da vizinha ilha Brava. Possui um importante papel comercial para a ilha, pois é nela que se encontra as mais importantes casas comerciais e o mercado, e actualmente é a única porta de entrada e saída da ilha e onde estão localizados o porto e o aeródromo. No passado a cidade de Igreja (Mosteiros) também funcionava como porta de entrada e saída, mas há muito que deixou de receber barcos e o aeródromo foi encerrado com a ampliação e reestruturação do de São Filipe.

A cidade está localizada, a oeste da ilha, na freguesia de Nossa Senhora da Conceição, uma das duas freguesias que compõe o município de São Filipe. O seu clima é quente e seco, com vento dominante de nordeste que sopra constantemente durante todo o ano, com escassos períodos de acalmia ou de variações. Assenta-se na ladeira ocidental da ilha, a qual corre para o mar com um declive menor.

Foi elevada á categoria de cidade em 12 de Julho de 1922, sendo que o diploma legal número 2 de 12 de Julho, publicado no Boletim Oficial número 28 de 1922, aprovado pelo Conselho Legislativo Colonial, aponta um conjunto de razões para a sua elevação à categoria de Cidade, nomeadamente o facto de a Vila ter sido contemplada nos últimos tempos com algumas obras, isto depois de ter jazido, longos anos, no mais censurável esquecimento.

 “As nobilíssimas tradições que a história regista como o gesto sublime de grandeza e patriotismo pela sua atitude altiva contra o domínio de Espanha, perante o qual não se curvou ou submeteu; a avultada riqueza comercial e agrícola que a coloca numa situação preponderante; os importantes melhoramentos e notórias modificações, por que tem passado, atestam na fisionomia social da sua população o louvável desejo de engrandecer e progredir; um apreciável grau de instrução da população, sendo insignificante o Nº de analfabetos; o rendimento com que concorre para os cofres da província” são as principais razoes que ditaram a elevação da Vila (Bila) de São Filipe a Cidade, além da natural dinâmica que a Vila.

Na data da sua elevação a categoria de Cidade, a vila contava com 4 mil habitantes e uma área de apenas 25 quilómetros quadrados, sendo que a Vila na altura era apenas um vestígio de um passado que se cria prospero. A dinâmica do crescimento urbano de São Filipe extravasou, há muito os limites do centro histórico.

São Filipe, capital da ilha constitui o aglomerado populacional mais antigo de Cabo Verde depois da Ribeira Grande, actual Cidade Velha na ilha de Santiago. A sua fundação e povoamento ocorreram um quarto de século após o descobrimento de Cabo Verde pelos Portugueses em 1460/62, e ter-se-ia verificado ainda antes de 1493, pois a relação de entrega de alguns objectos de culto divino a essa ilha deixa pressupor.

Por volta de 1572, São Filipe tinha cerca de 200 fogos, e São Lourenço à volta de 90 fogos, sendo que em cada um dos fogos ou agregado familiar podiam existir em média 9 pessoas.

Segundo a caracterização do Plano Director Municipal (PDM), as suas ruas têm uma largura predominante de cerca de 07 metros, sendo as principais de 12 metros. Os passeios são estreitos, quando existentes, obrigando os pedestres circulam no meio das vias.

O conjunto urbano é maioritariamente formado por casas de um piso alinhadas e sobrados antigos que vem sendo substituído pela construção vertical sem, no entanto, um aumento da dimensão dos lotes e o ritmo construtivo é acelerado.

Pese embora o conjunto histórico-patrimonial de São Filipe se afigure na Lista Indicativa, de Cabo Verde entregue a UNESCO desde 2004/2005, constata-se uma descaracterização do seu centro histórico. Essa transformação arquitectónica e urbana é sobejamente notório, uma vez que a integridade e a própria autenticidade tanto dos edifícios em particular, como do conjunto, do qual tomam parte tanto os edifícios civis (sobrados), religiosos (igreja matriz, cemitérios) e administrativos (paços do concelho), foram totalmente falseadas.

Relativamente aos espaços públicos – praças e miradouros - assinalado em tempos idos como o centro da vida popular da vila de São Filipe, e palco de grandes acontecimentos, sofreram drásticas transformações algumas com carácter irreversível no que se refere ao traçado arquitectónico original.

No que se refere a sua população, há um notório crescimento demográfico da cidade de São Filipe nas últimas três décadas, de longe superior à taxa de crescimento natural, o que se deve ao fenómeno das migrações internas (êxodo rural) e entre 1970 e 2000, a população mais do que quintuplicou, mas há uma tendência para perda da população devido a migração para ilhas como Santiago, Sal e Boavista, e emigração para Estados Unidos, e dados estatísticos de 2010 apontam para uma diminuição de menos 0,4% da sua população.

São Filipe está subdivida em três ou quarto sectores: Um primeiro núcleo antigo, denominado Bila Baixo, sobranceira ao mar e constituída por edifícios coloniais, denominados de sobrados, o segundo núcleo, denominado Bila Riba, separados pelo paredão do Alto de São Pedro, que ainda conserva as construções coloniais e a extensão da Bila Riba, que originou os bairros de Santa Filomena, e Congresso, a expansão para Sul que originou o bairro de Achada São Filipe e as periferias desses bairros em direção ao interior da ilha.

Os núcleos antigos,” Bila Baixo” e “Bila Riba,” tem-se procurado, embora com muitas dificuldades, conservar os seus traços arquitetónicos iniciais, pontualmente, mas estão sendo adulterados em alguns edifícios, perante a passividade das autoridades.

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